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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

BBB


Recebi hoje um e-mail com um texto do Luiz Fernando Veríssimo sobre o Big Brother e com a licença do autor, assino embaixo!

De vez em nunca, acompanho o programa e chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para, qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. A casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial, sempre dizendo que eles tem um caminho árduo pela frente. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

Então, quando você ligar a TV para assitir ao BBB, saiba que você não está acrescentando nada para a sua vida, apenas alguns minutos de "espiar a vida alheia".
Tome cuidado para não confundir os valores da família, do respeito, com a banalidade do sexo, com selinhos dados como se fossem apertos de mãos...

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