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terça-feira, 2 de abril de 2013

O amor não tem pressa

"Não se afobe não que nada é pra já, o amor não tem pressa. Ele pode esperar em silêncio, num fundo de armário, na posta-restante, milênios e milênios no ar." Chico Buarque
 
Na adolescência e na juventude a urgência do amor está a flor da pele. Sonhamos e ansiamos viver o sonho a qualquer custo.
 
Já na vida adulta é diferente, aprendemos que o amor se é verdadeiro, não tem pressa, pois só de viver dentro de nós esse amor já vale a pena. Diferente do que muitos pensam, amar é estranhamente recuar, aguardar, esperar. Amar é proteger, mais do que avançar, é cuidar, é apoiar e respeitar.
 
O escritor mineiro Fabricio Carpinejar conta uma história dele com a avó dele que nos ilustra bem o sentido do amor:

"Foi a minha avó Mafalda que me explicou. Ficava muito irritado pelo seu trotear na Rua Corte Real. Era velhinha, manca e, além de tudo, distraída. Ela me obrigava a participar de sua andança fisioterápica depois do almoço. Um quarteirão correspondia a queimar calorias de quatro quilômetros.

– Meu neto, é bom acompanhar um familiar doente, pois amar é ir aos poucos, é lentidão por fora e interesse por dentro – ela dizia.

Não fazia lógica para mim. Amar parecia voar, correr, atropelar. Amar significava velocidade, superação, afoiteza. Amar traduzia liberdade, transgressão, não se intimidar com os limites.

Eu me enganei, vó.

Seu andar miúdo, pequeno, de bengala, pesando cada pé no chão, me ofereceu uma aula emocional. Nenhum casal corre de mãos dadas. Amar é aguardar se necessário, voltar atrás se preciso, criar um novo passo para atender os dois
."
 
Que todos nós tenhamos amor o suficiente para sustentar a paciência que ele nos pede.

 

 

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